Bücher von Raul Balate

O livro, intitulado Aspectos Morfo-Sintácticos e Pragmáticos do Changana, em suas mãos, resulta de combinação de três estudos realizados com objectivos diferentes. O primeiro de Raul Balate Júnior (PhD em Linguística e Docente na Universidade Pedagógica de Maputo) insere-se nas actividades normais dentro da universidade, o segundo e o terceiro estudos pertecem ao Filimone Domingos Cossa e Ismael Luis Chirutse (Licenciados em Ensino de Portugues e Docentes do Ensino Secundario na Provincia de Maputo) que sintetizam os resultados das suas monografias do fim do curso. O livro concentra as suas descrições analíticas numa única lingua Changana (S53). O primeiro estudo fala sobre a negação em frase interrogativa, o segundo sobre a diminutivização e o terceiro sobre as formas de tratamento numa perspectiva comparativa entre Changana e Português.Raul Balate Júnior, PhDChibuto, Dezembro de 2022

O livro, intitulado Línguas Moçambicanas: Changana, Cimhandla e Isizulu, apresenta a síntese de três estudos realizados em três línguas: Changana, Cimhandla e Isizulu. No primeiro, Raul Balate Júnior (PhD e Docente de Linguística na Universidade Pedagógica de Maputo) examina as Categorias Tempo e Aspecto dos Verbos Auxiliares em Changana, no segundo, Rolsaldina de Jesus Paulino Boaventura (Docente do Ensino Secundário) escreve o Tempo e Aspecto em Cimhandla e o no terceiro, Idilson Messias Mucavele (Docente do Ensino Secundário) descreve a negação em Isizulu. As motivações subjacentes a esta reunião de estudos relacionam-se primeiro com a necessidade de se divulgar os resultados das pesquisas que estão na mesma área de forma não dispersa e, segundo abrir caminhos para os jovens iniciantes na pesquisa.

O presente livro, intitulado Variações Fonético-Fonológicas de Vogais no Português de Moçambique, reúne estudos de três pesquisadores e concentra o seu foco em descrições das vogais produzidas por falantes do Português em Moçambique. Em Moçambique, o Português língua oficial (cf. artigo 10 da Constituição da República de Moçambique) encontra-se em contacto com uma multiplicidade de línguas. Para este estudo, os informantes que emprestaram o seu saber são, maioritariamente, falantes do Xichangana conhecida como S53 na classificação de Gutrhie (1967-1971). Transversalmente, os estudos concluem que a pronúncia das vogais do português por parte dos informantes que têm Xichangana como L1 se difere substancialmente com o que se prevê na Gramática Prescritiva do Português

O livro que a leitora/o leitor tem nas mãos resulta de um processo de observação e rememorização de diversos eventos e episódios vividos pelo autor com maior destaque para aspectos da socioculturalidade do povo do Chibuto. Chibuto constitui um povo com características sui generis similares com as dos outros povos por um lado e diferentes também. Geralmente, os povos não se tem caracterizado deixando essa parte para outros povos. O autor, embuído por um espírito de partilha e se calhar fugindo um pouco do paradigma ou dos canones difundidos na literatura, traz uma outra versão dos factos narrados em formas de contos ou meras reportagens. Assim, espera que com estes escritos mais trabalhos similares sejam partilhados por demais povos, pois Moçambique constitui-se de um mosaico demográfico e cultural infinito.

O autor defende dentro do aparato teórico autossegmental proposto por Goldsmith que o Tempo Futuro marca-se morfo-suprassegmentalmente em Xibila uma variante do Changana S53 na classificação de Gutrhie 1967-1971 falada no Distrito do Chibuto. Estudos prévios sobre a marcação de Tempo e Aspecto sempre privilegiaram o domínio morfológico. Os dados recolhidos através de pressupostos técnico-metodológicos filológico, entrevista e introspectivo indicam que o tom intervém inseparadamente dos morfemas na marcação do Tempo Futuro em Xibila. Ainda, os dados recolhidos nos informantes das diversas variantes do Changana cruzados com a variante Xibila não comprovam diferenças morfo-tonológicas na marcação do Tempo Futuro apenas fonéticas.

Examina a negação morfo-tonológica em Changana assente na teoria de Morfo-fonologia defendida por Kiparsky 1985. Defende-se neste trabalho que a negação em Changana processa-se morfo-tonalmente, ou seja, a negação é expressa por morfemas que devem aparecer com informação tonal alto ou baixo, diferentemente do que se tinha concluído em estudos anteriores que eram apontados apenas os morfemas como elementos que intervêm na indicação da negação. O trabalho partiu de certas pressuposições, umas que dão enfoque aos morfemas e outras que dão enfoque aos tonemas, mas com o filtro introspectivo conjugado com as interações com os falantes desta língua foi possível compreender que as duas componentes morfemas e tonemas, funcionam em tandem. A negação foi examinada vis-a-vis Tempo e Aspecto observando também a contraparte afirmativa. Foi feita uma extensa revisão de literatura começando pelos conceitos operacionais nomeadamente: Negação, Tempo, Aspecto e uma discussão sobre a marcação do tom.

Maseve khulumela hansi khulumela - Comadre, fale baixo! Constitui uma facenovela (os seus capítulos rodaram em forma de texto no mural do autor na página facebook onde teve incentivos para a publicação em livro) cujos personagens principais são um casal de nome Sérgio e Tristeza de Mangume no Chibuto. O mote principal do enredo gira a volta de resolução de um problema decorrente de existência de um filho que não pertence ao marido, ou seja, o marido havia ficado muito tempo nas terras sul africanas e a esposa (Tristeza) engravidara de uma outra pessoa. Ao regressar, Sérgio encontrou uma criança em casa. Os capítulos que compõem a facenovela foram construídos e partilhados dia a dia via facebook. Agora, o livro em mãos resulta não só da imaginação do autor como também de vários insights e inputs dados ao longo da exibição escrita.

O livro que o leitor tem em mãos reúne uma antologia de textos diversos desde narrativos de cunho sócio-antropológico até de comentários políticos e de observação de fenómenos naturais. As histórias que compõem os textos narrativos têm a sua base Chibuto, mas o seu embasamento cultural é transversal, não só reúne dados ouvidos, mas acima de tudo coisas vividas. Os textos, inicialmente, foram publicados na plataforma facebook onde uma parte de leitores e leitoras fez os devidos comentários e sugeriram que estivessem reunidos em livro. Assim, fora de ser livro com princípio, meio e fim, este é livro dos livros. Cada um pode, a partir destes textos, recontar a sua história ou mesmo apresentar ensaios críticos de vária natureza! Chibuto, 27 de Abril de 2022!