Über Por Dentro D¿África
Todas estas áfricas deste poema sofrem da mesma dor. Umas por agressão externa outras por agressão interna outras ainda pelas duas agressões em conluio, que provocam epidemias, calamidades, pandemias e degradação do tecido social africano. Escrever sobre África não é apenas palmilhar a saga dos seus povos e nações é também encontrar espaços para preencher, ainda que ínfimos, mas são espaços. Sintetizar as dores de uma África que quer sarar as feridas e alisar as cicatrizes que listram os corpos dos seus povos com o sentimento de amadurecimento e nunca de ressentimento se revelou uma árdua empresa para alguém com pouca idade cronológica. O tempo é contado assim, cronologicamente, o que em muitos casos autoriza alguns e desautoriza outros, mas neste caso não autoriza nem desautoriza, porque parte das dores sintetizadas neste texto doeram e ainda doem na minha carne outras dores sentira-as os meus ancestrais que a mim chegaram a partir de histórias contadas pela minha avó materna, e os livros de todas os tipos e géneros que a humanidade pode escrever, uns para dizer a verdade outros para manipular a verdade outros para induzir verdades outros neutros outros apenas escritos.
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